Tu não és meu, apesar de eu querer que seja, e eu não sou tua - ainda - mas nós dois podemos sentar, na sombra de uma árvore qualquer, para conversar, passar o tempo e decidir o que vai ser deste futuro amor. Pareço uma boba ensaiando o que dizer, enquanto escolho a roupa pro dia, o qual espero que aconteça. Mas tenho certeza de que vai ser que nem as outras vezes: a vergonha vai chegar, me engasgar, o improviso vai me tomar, e entre tragadas no cigarro e mexidas no cabelo, o que eu menos esperar irá realizar. Eu juro - juradinho, de dedo mindinho - que se der certo, a gente vai ser tão feliz, mas tão feliz, que os pássaros irão cantar todos os dias em nossa janela para nos despertar, eu sairei desta dieta de flores que tenho feito para alimentar as borboletas que moram em meu estômago e o medo de dormir no escuro vai embora depois de um abraço quentinho.
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